"Ele falava que era só zoeira, mas eu vivia com medo."

Anônima, 17 anos

Então... eu conheci ele na escola. Era mais velho, 20 anos. A princípio, era massa, me buscava, me pagava lanche.

Só que aí ele começou a pegar no meu pé demais. Tudo que eu fazia era “errado”. Se eu postava foto, era “piriguete”. Se falava com um amigo, era “galinha”.

Ele me chamava de “neguinha safada” quando queria transar. Eu dizia que não queria, ele ria e falava “mulher preta é tudo quente”.

Eu fiquei travada. Parei de estudar por vergonha.

Ele dizia que ninguém ia querer uma menina como eu.

Eu acreditava.

Até que um dia minha tia me viu chorando, perguntou, e eu desabei. Ela me tirou de casa e tô morando com ela agora.

Ainda tremo quando escuto alguém gritar. Mas tô longe dele. E isso já é muito.

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"Ele dizia que meu cabelo parecia bombril. Depois vinha me pedir desculpa com flor."

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"Quando eu era moça, ele dizia que eu tinha sorte dele me querer. Agora velha, sou só um móvel na casa."